segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Gosto de Ti




Senti o teu afago
Há muito esquecido
Tua mão, tua boca
Teu corpo atrevido.

Naquele momento
Quase esqueci
Apenas lembrei
Que gosto de ti.


Maria Antonieta Oliveira

sábado, 15 de dezembro de 2012

Perdido Além




Vi-te partir
Contigo levaste
Todo o meu sentir.

Para lá do que avisto
Para lá deste rio
Que te levou de mim
Há um mar sem fim.

Ao cimo da vela
Na crista da onda
Teu sonho naufragou

Perdeste o controle
A bussola te enganou.

E tu,
Olhaste o céu
E em oração a Deus
Pediste, rogaste
De rastos rezaste
Implorando uma luz
Que indicasse o caminho
E te levasse ao destino.

Essa luz surgiu
A mim te conduziu!


Maria Antonieta Oliveira

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Perdida




Perdida no meio do nada
Te encontrei
Na estrada
Que contigo partilhei.


Maria Antonieta Oliveira


Ogivas





Entre ogivas
A natureza espreita

O céu
Esconde-se por detrás

E eu
Contemplo-te!


Maria Antonieta Oliveira


Loucos Apaixonados




Nem sol
Nem lua
A praia nua

O sol adormeceu
A lua se esqueceu
Tua água partiu
Para longe fugiu

Rochas e pedras
Perdidas na areia
Entre conchas e búzios

Aqui e ali
Salpicos de passos perdidos
Espreitam
Esperam
Devaneios de sentidos
Amantes enamorados
Loucos apaixonados
Que a lua amanheça.


Maria Antonieta Oliveira

A Chuva Caía



Molhaste os meus passos
Salpicaste o meu caminho
Marcaste o meu destino.

Encharquei meu corpo
Na procura do teu
Caminhei descalça na noite de breu.

Coração sofrido
Gélido sem sentido
Morto de frio.

E a chuva caía
E eu me perdia
Na vida sem vida!


Maria Antonieta Oliveira

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Ao Longo do Rio


Descalça ao longo do rio
Caminho para o mar que me espera
E nele me perco...


Maria Antonieta Oliveira

sábado, 8 de dezembro de 2012

Bodas de Prata


BODAS DE PRATA

25 DE DEZEMBRO DE 1994


25 anos!
De amor e felicidade
Carinho e amizade
De ternura e fantasia
De paz e alegria!

25 anos!
De intranquilidade e incerteza
De nostalgia e tristeza
De desespero e desilusão
De doença e confusão!

Mas, o mau se ultrapassou
E o bem sempre vingou.
Com fé e esperança
Nele tendo confiança.

E assim,
25 anos de amor
Eu, tu, nossa filha, nosso lar
E a presença do Senhor
Que nos está a abençoar!


Maria Antonieta Oliveira
(escrito em 1994)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Um Presenre de Natal





Para lá do tempo
recordo aquele outro acordar
em que
na velhinha chaminé
um embrulho vi brilhar.
Meus olhos se alegraram
no boneco de papelão
Era lindo perfeitinho
tratei-o com muito carinho
ele deu-me seu coração.

Era manhã de Natal
desse inverno friorento
Eu fui deusa e princesa
naquele doce momento.

Quero que todos os meninos de hoje
sintam tamanha alegria
com a nova tecnologia
como aquela que eu senti.

Quero paz amor pão
E felicidade no coração!


Maria Antonieta Oliveira

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Cama Por Fazer



Hoje não fiz a cama
Deixei que o sol entrasse
e aquecesse a cama fria
vazia e ávida de nós.

Hoje, tal como ontem
nossos corpos não se amaram
nossas bocas não se beijaram
e, nem sequer nos falámos.

Hoje, e enquanto vida houver
meu coração vai bater
ao ritmo do teu
E nós, sempre nós
viveremos esta paixão
até o sol anoitecer.


Maria Antonieta Oliveira

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Dia de Inverno




Num dia de inverno
em que se alongam os passos
nas sombras das nuvens
negras e tenebrosas
ameaçando a chuva do além

Nesse dia,
em que o sol se escondeu
ofuscando o brilho
deste cais onde me perco
e,
em que o mar engrossou
pelas lágrimas caídas do céu
e tudo enegreceu.

Nesse dia,
em que as flores se esconderam
sob o arbusto do jardim
e as conchas
permaneceram no areal solitário.

Nesse dia,
caminhei ao longo da praia
perdida na falésia
onde um dia renasci.


Maria Antonieta Oliveira

Quero Estar Sozinha





Quero estar sozinha,
comigo,
como se tu estivesses aqui.

Quero rir e chorar à vontade
Contar-me os segredos
Gritá-los bem alto,
Entendê-los.

Quero cantar e brincar
mesmo sabendo
que não sei cantar
e, que nunca soube brincar.

Quero meditar lembranças.
Quero renovar esperanças.
Quero sonhar acordada.
Quero sentir-me amada.

Quero bailar
ao som duma valsa
Deixar-me levar
Sentir-me criança.

Quero gritar
ao sol, à lua e ao vento
Deixar voar o meu pensamento.

Quero estar sozinha,
comigo!


Maria Antonieta Oliveira

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Velhice





Eu, que até pensava…
Ah, se eu pensava!
Que a velhice nunca chegava!

Mas, chegou
e com ela tudo mudou.

Verdade!

Já não tenho agilidade,
mas tenho a tua amizade,
e a tua, e outras mais.

Já não tenho tais fantasias,
mas escrevo mais poesias,
E te encontrei, e a ti também.

Já me canso ao caminhar,
mas continuo a passear
contigo, sempre contigo.

Já me dói aqui e ali,
este osso e mais aquele,
mas ainda não perdi
o meu jeito de ser
de amar e sofrer,
de sorrir e chorar,
de gostar de poesia,
de agradecer a cada dia,
de amor e liberdade,
e ansiar a felicidade.

E eu, que até pensava
que a velhice nunca chegava!


Maria Antonieta Oliveira

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Sinto-te



Sinto o teu corpo desnudo
em mim
Tento encontrar a malícia,
o desejo lânguido do prazer
de te ter
de te possuir
Sendo amada
beijada e acariciada
Pelas tuas mãos hábeis e,
ávidas de nós.

Sinto!
Sonho!
O amor!


Maria Antonieta Oliveira


Voa-me o Pensamento





Voa-me o pensamento
Na imagem perdida de ti.

Sulco montanhas
Cavo espaços
Perco-me nos teus braços.

Caminho nas nuvens
Em busca da paz esquecida
No vento que sopra baixinho.


Reclino o olhar
No adormecer do sol
Que se esvai no infinito.

Deleito meu corpo
No areal imenso
Do mundo em que habito.

Deixo-me levar
No tempo que passa impune
À vida que quero e espero.

Voa-me o pensamento!


Maria Antonieta Oliveira

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Apenas Eu





Pedi às nuvens, que me levassem
Disseram: Não!
Nossas lágrimas cairão
E à terra voltarás.

Roguei ao sol, que me desse guarida
Disse-me: Não!
Não suportarás o calor
Preferirás essa vida.

Supliquei às estrelas, que me dessem luz
Disseram-me: Não!
Todo o teu ser
Por si só já reluz.

Olhei bem o céu
E, olhei para mim
O que quero eu?
Não estou bem assim?

Porque teimo em ir
Se meu lugar é aqui
Não vou mais partir
Ficarei por aqui.

Esperarei a hora
Que me está destinada
Então, ir-me-ei embora
Desta vida destroçada.

Nem sol
Nem nuvens
Nem estrelas
Apenas eu,
Sozinha além!


Maria Antonieta Oliveira

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ti Joanico





Já não és o Joanico
do carrinho de mão
ou da carroça do macho

Nem aquele
que o mano Manel seguia
e com ele trabalhava

Muito menos
o de calção de banho
chinelo no pé
e toalha ao ombro
que os sobrinhos acompanhava

Não!
Já não és o Joanico!

Teu ser desmoronou
Teu cabelo branqueou
Teu olhar entristeceu
Teus dentes partiram de vez

E um dia,
Acordarás num adormecer eterno
Deixarás para sempre este caminho
que te traiu em pequenino
e fez de ti, sempre menino.

Mas,
Já não és o Joanico!
Não!


Maria Antonieta Oliveira





segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Voar No Tempo





Ah
Como eu queria!

Esvaziar os cofres do meu sentir
Libertar os pensamentos nefastos
Deixar de caminhar de rastos…

Como eu queria!

Queria
Soltar gemidos e ais
Gritar alto meus tormentos
Deixá-los partir no vento
Soltar todas as amarras
Aguçar as minhas garras
E voar… voar no tempo.

Ah!
Como eu queria!


Maria Antonieta Oliveira

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Cantata




Gargarejo o alfabeto
retido no palato do sentir.

Solta-se o Verbo!

Jorram as silabas
desconexadas e sem sentido.

Saem golfejos de palavras
ritmadas,
ao som de uma cantata.

O Verbo é matéria!

As palavras, são poesia!


Maria Antonieta Oliveira


Morte





Tenho um trapo enrolado
no cabide do tempo…

Esqueleto carcomido
olhando o chão que já não pisa
Braços descaídos
nas unhas pontiagudas
Pés descalços
nos passos já gastos
Coluna erguida direita
nas vertebras já quebradas.

Caminhas
Te inclinas
Para a cova aberta para ti

Entre flores viçosas,
mortas como tu.
No sol
Na chuva
No vento
Ficarás!

Como um trapo enrolado
no cabide do tempo!


Maria Antonieta Oliveira

sábado, 27 de outubro de 2012

Solta Amarras





Solta amarras
E garras
Nas margens dos rios
Transbordantes de vazios

Solta o teu grito de raiva
Deixa para trás tua mágoa
E tenta encontrar teu rumo.

Grita bem alto
À lua ao vento
Ao uivar dos cães
Liberta teu pensamento
De tantas desilusões.

Grita!
Grita bem alto!

Solta amarras!


Maria Antonieta Oliveira


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Não Te Encontro



Estou só!
Continuo só!
Por mais que procure,
não consigo te encontrar.

Ninguém me ouve
E eu, a todos sei ouvir.

Não passo de um ser passante
num caminho errante
Não passo de um verbo por conjugar
De um poema por rimar.

Ninguém me ouve
Ninguém sabe de mim
Ou de mim quer saber
Falo, e tudo fica por dizer.

Preciso sentir-me gente
Confiante de mim mesma
Sou um ser carente, eu sei.

Quero encontrar esse alguém
A quem confie a minha vida
Encontrar a minha guarida
E possa desabafar
Falar só de mim, só de mim
Falar… falar… falar…

Libertar meus sentimentos
Todos os meus pensamentos
Sem medo de ser traída
Ou até incompreendida
Sem medo de ser acusada
Por tudo aquilo que errei
Errei tanto, tanto, eu sei.

Mas, não te encontro!
Não!


Maria Antonieta Oliveira

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Tudo e Nada




És o meu amanhecer
O meu acordar
A flor colorida
Que dá brilho à minha vida.

És a estrada
Que encaminha os meus passos
És o mar
Que em sonhos me leva

És monte
És vale

És areia do deserto
E, água fresca por perto
És o vento
Que me sopra ao ouvido:
“vem, meu amor querido”

És a linha do horizonte
A água que brota da fonte
És a nuvem que chora
Quando o meu coração padece.
És a estrela que ilumina
As minhas noites sombrias

És o som
A voz
O olhar

És do passarinho o pipilar
És a chama da minha agonia
És o calor do meu corpo frio
És o sol da minha alvorada

És tudo
e,
És nada.

Maria Antonieta Oliveira

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Simplificar


(Imagem google)




Sabes amor,
estive pensando:
- que seria mais prático
até mais fiel
e, jamais esqueceríamos,
se logo ao acordar
ao dizermos “bom dia”
disséssemos também
”até amanhã”
que outro dia será.

O que achas, amor?


Maria Antonieta Oliveira

Mãos Hábeis



ESTOFADOR



Com mãos de veludo
Ásperas e grosseiras
Tateias o tecido que vais trabalhar
Calos de mão que urge
Em dedos deformados
Moldar o gosto de ti
De mim, de outro alguém
Fazer magia
Com a própria fantasia
E sair bonito
Riscar os quadrados das flores
Na paleta pintada
Onde te sentas
E deitas
E adormeces
Acordas e nada vês
Para além do arco iris diferente
Onde descansas sorridente
Não vês
Que mãos de veludo
Ásperas e grosseiras
Fizeram à sua maneira
Do céu, do mar e da terra
Uma perfeita união
Com os calos e o veludo dessa mão.


Maria Antonieta Oliveira

Aquela Nesga





Por aquela nesga
Vidrei meu olhar
Mirei… mirei…
Sem te encontrar.

Não sei onde andas
O que fazes agora
Só sei que o meu peito
Se amofina e chora.

São lágrimas rubras
Caindo pingando…
Nem de mim te lembras
E eu, te amando.

E por aquela nesga
Cansei de procurar.


Maria Antonieta Oliveira




A Difícil Arte De Te Amar





Desassossegada, reclino-me no sofá

Quero escrever-te
e não sei que dizer
Pensei telefonar
mas, que te iria dizer?!

E se fosse ao teu encontro?!
Que bom seria!

Não sei que faça
para estar contigo
para te ter comigo
e sermos um só.

Vou fazer-te um poema.
( será que vale a pena )?
Nele te digo
O quanto te amo
O quanto te quero
e por ti reclamo.

Mas,
irias lê-lo?

Não, amor
Já não sei inventar
Ensina-me por favor
Como te ei-de amar.


Maria Antonieta Oliveira

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Liberta-te





Não partas, amor
fica comigo
nesta vida que partilhamos
neste fracasso desmedido
incompreendido.
Deixa que as tuas lágrimas
sejam também as minhas.
Choraremos juntos
num só lamento
Deixa fluir o tempo
E liberta-te.

Liberta-te, amor!


Maria Antonieta Oliveira

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Tempo Esgotado





O meu tempo esgotou!
O meu ser cansou!
Minha esperança acabou!

Lutei para realizar os meus sonhos
Lutei para ser quem sou
Lutei para ser melhor mulher
Ou apenas, saber ser mulher.
Os sonhos, continuam a ser sonhos.
E eu, continuo a ser quem sou.

O que fiz afinal nesta vida?!

Porque lutei, se errei?
Porque sonhei, se acordei?
Porque continuo a viver,
se quero morrer?

O meu tempo esgotou!
O meu ser cansou!
Minha esperança acabou!


Maria Antonieta Oliveira

domingo, 7 de outubro de 2012

Sangram Roseiras







Sangram pétalas vermelhas
Das roseiras do meu jardim
São dores sofridas da alma
São lágrimas derramadas por mim.
Sentidas, profundas
Soltando os gritos contidos
Soltando amarras ao vento
No desatino dum pobre sentimento.

Rolam pela calçada
Formando um rio colorido
São lágrimas tristes, cansadas
Perdidas no caminho percorrido.

Soltam-se pétalas vermelhas
Gemendo, gritando lamentos
Sangram os espinhos cravados
Na vida, da vida, os tormentos.

Sangram
As roseiras do meu jardim.


Maria Antonieta Oliveira


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Não Matas, Não!





Porque me matas amor,
Com esse olhar de leão esfaimado?!
Com esse corpo peludo e macio
Qual leãozinho acabado de nascer?!

Porque me matas amor,
Quando percorres meu corpo
Com a doçura dos teus lábios ferventes?!
Quando sinto teu afago terno
Eterno, exausto e feliz?!

Porque me matas amor,
Quando me dizes amar
E uma outra estás a abraçar?!
Quando tudo parece certo
E tens a tal outra por perto?!

Porque me matas amor,
Se não pedi para entrar
Na vida que estás a levar?!

Queres dar-me felicidade
Mas é outra a realidade.

Porque me matas amor,
Se não sabes dizer não
A essa outra relação?!

Não amor,
Não matas, não!

Sou diferente, realmente.
Sei controlar sentimentos.
Reviver outros momentos.
E parar os sofrimentos.

Não amor,
Não matas, não!

Maria Antonieta Oliveira


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Palavras Ousadas






Escorrem-me pelos dedos
as palavras que não ouso escrever.
Quero retê-las
Mantê-las apenas
No pensamento e no sentir.

Não quero abusar
Da decência da minha mente
Dos segredos do meu baú
Das trancas que aferrolham o meu viver

Não quero soltar amarras
e libertar as palavras
Não quero escrever
p’lo suor dos meus dedos
todos os meus segredos
Os degredos da minha vida
A palavra proibida.

Num relance,
Cortei tudo o que estava ao meu alcance
E não ousei
Escrever mais palavras.


Maria Antonieta Oliveira

Saí Por Aí






Saí!
Saí para não partir e te deixar só.
Fui por aí
Por esse caminho desconhecido
Onde um dia te encontrei perdido.

Percorri léguas a palmo
Na calma do meu compasso
Deixei-me levar na bruma
Na sombra do meu cansaço.

Saí por aí!

Na lonjura da tua ausência
Me encontrei naquele monte além
Onde posso tocar o sol
E beijar a lua
Onde as estrelas me dão nova luz ao coração
E eu,
Na minha demência
Canto um hino ao rouxinol
E uma balada só tua
Na loucura da paixão.

Mas eu,
Saí por aí
Para não partir e te deixar só!


Maria Antonieta Oliveira

Hoje, Não Vou Chorar





Hoje, não vou chorar!

Vou deixar que os meus olhos brilhem
Que neles transpareça a alegria
A felicidade de viver mais este dia.

Quero deixá-los livres
A contemplar a natureza
A ver a gente que passa
As crianças a saltitar
As poças de água no chão
onde os pombos se banham
e os gaiatos se salpicam
A ver os jogos de cartas
entre os idosos no jardim
A ver o céu a florir
em cada nuvem que passa
E a andorinha que esvoaça
E o sol escondido
Lá no canto do sol posto
Trazendo a noite e o escuro
Voltando a mim o desgosto.

Mas não!
Hoje, não vou chorar!


Maria Antonieta Oliveira

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Vou Partir





Vou partir!

Caminharei ao longo do mar
Pé ante pé…
Onda após onda…
À noite,
darei a mão à lua
para que me alumie o caminho
e não perca o meu rumo.

Pela manhã,
deixarei que os raios solares
aqueçam meu coração já frio
de tanto sofrer
Tentarei olhar o sol de frente
E quero num repente
nele me encontrar.
Quero sentir o calor do seu afago
para aquecer meu corpo carente
frio e gelado
como o glaciar que se aproxima.

Quero voltar a ser forte
A ser gente com mente decente
para vencer o degelo.

Quero ter o meu eu de volta
Deixar de sentir tanta revolta
Quero sentir amor e calor
dentro de mim
Quero que esse sol penetre
no meu corpo
Que a lua ilumine meu caminho
E as estrelas brilhem nos meus olhos.

Quero caminhar ao longo do mar
E voltar!


Maria Antonieta Oliveira

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Conversa Com o Coração







Um dia convidei meu coração
Para uma conversa amena.
Sentámo-nos frente a frente
E, de olhos nos olhos,
de tudo falámos.

Primeiro perguntei-lhe o que é o amor.
Como sei discernir os meus sentimentos?

Pedi-lhe ajuda:

Por quem sinto amor?
A quem amo de verdade?
O que é a amizade?
Será que amor
é uma amizade maior
mais profunda, sincera e unida?
A quem amo afinal?
O amor é a rotina em que vivo?

Respondeu-me:

Amor
É carinho, ternura, paixão
É ouvir e dizer “ eu te amo “ a cada dia que passa
É um abraço dado no momento certo
Uma mão que passeia em nosso corpo.

Amor
É a ternura de um olhar
A palavra amiga no momento exacto
A boca calada que deixa os olhos falarem por si
O toque macio,
A palavra dita
A carícia doada
Os olhos falantes,
Os segredos partilhados
Lugares desvendados
Sonhos sonhados a dois.

Não!
Não vivo o amor!

Olhei o coração
Olhei-o de frente
Depois desta conclusão
Chorei.
Chorei compulsivamente.

Como Posso?!






Como posso saborear os teus beijos,
hoje,
Se não sei se alguém já beijou tua boca?!

Como posso sentir o afago do teu corpo,
hoje,
Se não sei se alguém já o possuiu?!

Como posso acreditar na tua boca dizendo amor,
hoje,
Se não sei se alguém também já o ouviu?!

Como posso saber se és meu,
hoje,
Se não sei se já o foste de outro alguém?!

Como posso acreditar em ti,
hoje,
Se não sei se a minha verdade, é a verdade de outra?!

Como posso amar-te.
hoje,
Se já te amei ontem

Se te amarei amanhã

Se te vou amar sempre?!


Maria Antonieta Oliveira


















terça-feira, 25 de setembro de 2012

Detesto a Chuva








Detesto a chuva
Sempre detestei

Molha a roupa estendida
Molha a estrada que calcamos
Molha os penteados
das madames e moçoilas
Molha os pezitos descalços
traídos pela vida que vivem.

Encharca corpos
Tornando-os quase desnudos.

Molha a sacola
que levaste para a escola
E a mochila da ginástica
Molha os ténis de marca
comprados ainda agora
Molha os pezitos descalços
traídos logo ao nascer.

Encharca a juventude
Não há nada que a derrube.

Molha a alma atrofiada
Que da vida não vê nada.

Detesto a chuva
Sempre a detestei.


Maria Antonieta Oliveira

Não Ligues








Não ligues
ao que te dizem meus olhos
quando te fitam
Não, não ligues.

Não ligues
ao que os meus lábios te dizem
quando te beijam
Não, não ligues.

Não ligues
ao palpitar do meu coração
quando me abraças
Não, não ligues.

Não ligues
aos sentires dos meus sentires
quando me sentes
Não, não ligues.

Não, não ligues, amor
Não sou eu
É a mentira que roça meu corpo
Que o faz vibrar em alvoroço
Dando-lhe outra vida e calor.

Não, não ligues, amor!

Comigo Não!





Não!
Comigo não!

Quando tu nasceste
já eu comia pão
já lia e escrevia
e até fazia poesia…

Não!
Comigo não!

Não tentes mudar meu ser
Não queiras alterar meu viver
Sou como sou
E assim quero continuar
Nada em mim quero alterar.

Não!
Comigo não!

Sou adulta bem crescida
Vivo e tenho a minha vida
Não sou dúbia
Sou una.
Sou como sou!

Não!
Comigo não!


Maria Antonieta Oliveira

Sem Nexo









Caí na rua
lamacenta de dejectos
nefastos purulentos
Sem nexo…

Caí na tumba
mais funda
mais reles e miserável
Sem nexo…

Caí!
Caí como qualquer uma
sem vida sem rumo
no rude caminho da desgraça
Sem nexo…

Complexo este viver
De querer e não querer
De sofrimento e dor
De caminhar sem pudor.

Sem nexo!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Fim






Estou cansada de viver!

Estou farta de mim
Da vida que o dia me trás
De ser eu e nada ser
De tanto dar
E pouco ou nada receber.

Cansei!
Cansei de tanto lutar
E nada conseguir.

Congruências do destino
Tenho tudo o que sonho
Se o sonho for mudo e parco
Mas eu, sonho alto.

Cansei!
Estou farta!

Quero o fim de mim!

Tom Chocolate


(Imagem google)





Teus beijos em tom chocolate
fazem delícias em mim
Gulosa de ti,
gostosa do teu sabor
dos teus beijos, amor.

Outra Forma de te Ver Vidigueira





Algures no tempo
Saída do ventre de minha mãe,
Nasci em ti.
Em Lisboa cresci
Me fiz mãe, mulher e avó.

Mas tu,
Serás sempre
A minha eterna identidade
Da qual vivo a saudade.

Em ti,
Quero perpetuar meu ser
Deixando sentires e dizeres.

Em ti,
Quero permanecer
Para além de mim.

Em ti!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Lágrimas Que Inundam o Rio


Foto de Jorge M. C. Antunes




Escondes-te nesse teu olhar sombrio
Lágrimas inundam o rio.

Caminhas,
procurando teu rumo
teu destino traçado
sonhado, trilhado.

Entre nuvens
tentas libertar teus anseios
ao encontro de outros devaneios.

Nas plumas do vento
soltas o teu pensamento

Declinas desejos
na areia que pisas
nos búzios e conchas
trazidos na maré que se esvai.

Nas ondas
teu ser descomandas

Desventras-te,
e sentes
o salgado da água que corre
percorrendo as vielas do teu corpo.

Amorfo, triste e sombrio
como esse teu olhar escondido
nas lágrimas que inundam o rio.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Espreitas-me





Espreitas-me
com esse teu olhar atrevido
E,
sorris
qual catraio comprometido.

Sinto tal confusão
neste meu corpo carente
que meu pobre coração
bate aceleradamente.

Teus olhos matreiros
continuam espreitando
E eu, divertida
faço-me distraída
no palco deslizando.

Passo atrás…
Passo à frente…
Escondi-me novamente!

E tu,
com esse sorriso gaiato
e olhar atrevido
continuas à espreita.

E eu,
princesa convencida
procuro minha guarida
escondendo-me de vez.

Ou não…
Quem sabe?
Talvez!!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Olho-te








Olho-te,
nesse olhar profundo
nesse mar sem fim

Tuas melenas ao vento
são penas
no meu pensamento.
Fios de prata
envoltos em saudade
Lírios brancos
cantam eternidade.

Sonhos soltos
em palavras já gastas
Levam desejos
de vidas já fartas.

Esse olhar sem fim
onde tento habitar
é como o mar profundo
que me deixa a meditar.

Olho-te
Sem te ver!


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Os Sons do Amor


(Imagem google)







Percorri teu corpo
como quem dedilha uma guitarra
Cantei-te um fado!

Cada tecla do teu piano, eu toquei
ao som da serenata que soava
quando por ti me apaixonei.

Na harmónica da tua boca
suaves e melodiosos beijos
partilhavam o som dos meus desejos.

E,
no acordeão presente
delirei…
tocando-te,
sentindo-te,
amando-te loucamente!

sábado, 25 de agosto de 2012

Vive Brincando








Salta, pula, joga à corda
Vive feliz e contente
Canta, dança vai de roda
Brinca e ri para a gente.

Olha o pião a rolar
Rola, rola até cair
Vai a correr apanhar
Volta p’ra cá a sorrir.

Brinca às escondidas
Esconde aqui esconde acolá
Ora p’ra lá das esquinas
Agora corre para cá.

Criança alegre e feliz
Brinca sempre a vida inteira
Nunca deixes de ser petiz
Faz da alegria a tua bandeira.