segunda-feira, 20 de abril de 2015

No Tédio Dos Meus Dias





No grânulo do tédio dos meus dias
A areia desafia meu caminho
Meus pés quebram espaços
Bolinhas de espuma rebentam
Na onda que chega e que parte

Areias movediças
Pensamentos dispersos
Olhar fixo no firmamento
Além num além distante
Onde nada mais existe

Sôfrega, inspiro o ar que me rodeia
O vento em turbilhão me assola
O mar ruge sentimentos
Batendo nas rochas perdidas
Num vasto e fervoroso sentir

Não digas que não, amor
És tu quem devora meu sangue
És tu quem vagueia à deriva
E me leva nessa avalanche
Nesse mundo perdida
Onde meus pés se afundam.

Sai de mim, desta maré
Entediada de ti, estou
Leva contigo o vento que me sopra
As areias onde me enterro
O mar que não me acoita
Deixa-me, no tédio dos meus dias.

Maria Antonieta Oliveira
20-04-2015








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