quinta-feira, 16 de julho de 2015

Afogo-me






Afogo-me nas lágrimas que um dia derramei
Acutilam-me o corpo sofrido
Nos sentires de um tempo já esquecido

Afogo-me nas águas do rio passante
Nele entro e me entrego
Na angústia de uma viva viver

Afogo-me na mágoa de um dia
Na tristeza que me assola
Por não ser o que sonho e quero

Afogo-me nas palavras que não digo
Nos sentires que não partilho
Por não ter liberdade para ser

Afogo-me na existência do mundo
Desse mundo onde navego
Nas águas enevoadas em que existo

Afogo-me em ti e em mim
Em nós de nós da vida
Afogo-me nas lágrimas derramadas
Na ânsia de ser feliz.

Maria Antonieta Oliveira
16-07-2015


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