domingo, 23 de agosto de 2015

Meu Batel





Parti, num pequeno batel
Rumo ao destino
Entre águas serenas e ondas amenas
Naveguei
Nas águas cálidas do mundo
Me entreguei
Me perdi e encontrei
Levada pelo vento
Perdida ao relento
Sonhei
No lodo do fundo
Me afundei

Meu batel delirou
Desta viagem derradeira
Era para si a primeira
Dançou ao som do marejar
Cantou ao sol e ao luar
Foi sereia nos solstícios
Sem deixar de ser batel
Voltou às margens perdidas
Destroçado mas orgulhoso
De ter cumprido seu papel.

Do fundo me elevei
Aos céus pedi perdão
Pedi paz, Fé e pão
Sentada na proa ao vento
Deixei voar as tristezas e agonias
Nos cabelos soltos espigados
Lágrimas rolaram
Dos meus olhos magoados
Meu coração se libertou
Das agruras já vividas
Encarei o horizonte
Ergui os braços à lua
E senti-me de novo eu.

Obrigada, meu batel
Por me teres acolhido
Levando no mar proibido
Em busca do meu ser
Reencontrei o tempo perdido
A esperança na vida futura
Obrigada, meu batel
Por esta doce loucura.

Maria Antonieta Oliveira
23-08-2015





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