terça-feira, 29 de setembro de 2015

Tropeçaste e Caiste





No poial da minha porta
Passaste ainda há pouco
Tropeçaste na rua torta
Caíste que nem um louco

Gostei de te ver passar
Até te dei um piropo
Tropeçaste ao me olhar
Caíste que nem um louco

Gostas de mim, eu bem sei
Gritaste, até ficar rouco
Tropeçaste quando te amei
Caíste que nem um louco

Ainda te amo de verdade
Meu sempre, eterno garoto
Tropeçaste de felicidade
Caíste que nem um louco

Ajudei-te a levantar
Pareceu-me estares mouco
Tropeçaste ao acordar
Caíste que nem um louco

E num abraço profundo
Jurámos eterno amor
Tropeçámos noutro mundo
Caímos com tal fervor.

Maria Antonieta Oliveira
26-09-2015




Calmaria Alentejana





Na calmaria alentejana
Acariciei tua face rosada
Beijei os teus lábios doces
Com o beijo que me ensinaste
Olhei o teu meigo olhar
E senti saudades.

Na calmaria alentejana
Abracei o teu corpo desnudo
Como nunca o fizera antes
Senti tuas mãos deslizarem no meu
Fui feliz sem o ser
E senti saudades.

Na calmaria alentejana
Passeei na velha calçada
Calcorreei cubos já gastos
De mão na mão, tal como ontem
De sorriso no olhar
E senti saudades.

Na calmaria alentejana
Penso em ti!

Maria Antonieta Oliveira
26-09-2015

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Memórias





Memórias!

São memórias que sinto no som da tua voz
São memórias que guardo no fundo do meu coração
São memórias que me trazem as palavras que ouço
São memórias que se reproduzem nos meus olhos fechados
São memórias de um passado, vivido com sentimento

Memórias!

Os ecos de ontem, surgem no presente
E eu sinto com a mesma intensidade de antes
Aguardo em palpitações o teu som
O som do teu sorriso travesso, aberto, sincero
Como as memórias nos fazem felizes

Memórias!

Sinto-me adolescente irrequieta
Na ânsia de um olhar, de um beijo, de um olá
Da simples mas profunda palavra amor
Entre outras balbuciadas, disfarçadas
Omitidas na sensatez de quem é adulto

Memórias!

Do que vivi!
Do que senti!
De ontem!

Maria Antonieta Oliveira
24-09-2015




quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Teias Libertadoras





Nos verdes me perco
Na esperança renascida me deleito
Nos azuis celestiais oro a Deus
Na fé me detenho e creio
Assim renovo meus dias
Sem sofrimento nem dor

Do parque verdejante faço meu leito
Na relva húmida me deito e sonho
A lua me acolhe na noite fria
A nuvem que passa me aquece e abraça
Adormeço no calor do teu peito
Amando o brilho estrelar

Aos poucos a noite fenece e o dia amanhece
Num azul céu de céu azul
Na limpidez do teu olhar vejo felicidade
O sol perscuta entre a folhagem
E nos encontra nessa miragem
Envoltos na luz da paz e do amor, em liberdade

Voos intermináveis em caminhos desertos
Na busca incessante do caminho do mundo
Onde encontrarei o outro lado de mim
Perdido algures na floresta agreste.
Nas teias me enleio mas prossigo
Só tu me libertarás e darás outro fim

Envoltos na luz da paz e do amor
Em liberdade, com o sol a brilhar
Num céu azul libertador
Nos encontramos entre a folhagem
Deste sonho tão desejado
Sem teias ou ameias que nos separem.

Maria Antonieta Oliveira
17-09-2015









segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Cansei de Viver





Já posso partir desta vida
Já nada me prende aqui
Já fiz o que tinha a fazer
Já me doei a quem me quis
Já ajudei quem de mim precisou
Já nada me resta

Cansei de viver
Cansei de gritar
Cansei de sorrir sem vontade
Cansei de fingir ser feliz
Cansei de lutar
Cansei de vencer

Meu Deus, por favor
Ouve também esta minha prece
E leva-me para junto de vós.

Fui forte quando foi preciso
Fui guerreira e ganhei a guerra
Fui mãe várias vezes
Fui mulher, amante
Fui irmã, companheira, amiga
Fui caminhante nesta vida errante

Quero partir daqui
Quero voar bem alto
Quero viver sem sobressalto
Quero sonhos de mar
Quero acordar sorrindo
Quero adormecer ao luar

Meu Deus, por favor
Ouve também esta minha prece
E leva-me para junto de vós.

Maria Antonieta Oliveira
14-09-2015

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Olá





Em momentos de tristes sentires
Eis que surge um olá, foi para ouvir a tua voz
E nesse momento o coração sorri
Palpita mais apressado, acelerado
Que bom ouvir a tua voz do outro lado

Basta uma palavra, uma só palavra
Para tornar um momento diferente
Com suavidade e ternura
Fazer sorrir com candura
O olhar marejado e triste, da gente

Olá, foi só para ouvir a tua voz
Repete de novo comigo:
Olá, foi só para ouvir a tua voz
Olá, estou feliz por ouvir a tua voz
Diz meu coração pulando de alegria

Momentos que mudam momentos
Palavras que fazem milagres
Sentires sentidos profundamente
Como se não houvesse hoje
E o ontem, fosse presente.

Maria Antonieta Oliveira
07-09-2015


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Sentires






As brasas crepitam
Na manhã cinzenta do meu olhar
As dores alongam-se
No corpo sofrido do meu estar

Saudosas palavras ouvidas
Nos sonhos do meu sentir
Saudosos beijos paridos
Na boca sequiosa de sorrir

Negruras, azedumes, flores
Noites, lágrimas, jardins
Na senda funda dos amores
Soltam-se pétalas de jasmins.

Maria Antonieta Oliveira
29-08-2015